domingo, 15 de agosto de 2010

nude_devaneios_juergen teller



Nude. Falar que é a cor do momento é uma balela. Estamos vendo esse tom (lindo por sinal) ser febre há um tempo nas peças de roupas, acessórios e maquiagens de váaarias mulheres! Até aí nenhuma novidade. 

Desenvolvendo coleções mais comerciais para a marca que trabalho, a Latifundio (em breve nova coleção feita por mim e site reestruturado, aguardem), bem voltando, ao desenvolver coleções, há muito percebo o desejo das consumidoras e a necessidade de manter esse tom, em suas diversas nuances compondo cartelas de cores e looks. Até agora apenas uma afirmação já bem conhecida.

Mas ao receber algumas encomendas de vestidos de festa na cor nude e após um relato de uma cliente muito especial a respeito da cor como presença confirmada em um casamento, pelo menos nas figuras mais importantes como a mãe da noiva, madrinha, tias e primas próximas, me deparei com uma questão, nada a ver com nada, mas me deu vontade de escrever a respeito. A febre da cor nude relacionada a um momento da vida.

A moda tem mostrado há um certo tempo uma vontade de natureza. Incorporações de momentos de reflexão acerca do meio ambiente ou mesmo um certo desleixo frete às relações de consumo imprudentes entre as pessoas em fotografias de modelos sem maquiagem descabeladas. Sim, a relação de consumo citada é entre as pessoas, não entre pessoas e coisas. 

Acho lindos os editoriais de moda que exploram as verdades mais cruas dos seres e quando mostram simplesmente a beleza dos atos triviais como um beijo, um sorriso, uma vaidade. Enfim, nada me parece mais antigo do que situações forjadas de luxo, glamour, chiqueza puríssima! Enfim, como pensadora, criadora, consumidora de moda também necessito ver porosidade na moda. Ou seja, a moda como segunda pele que pensa  e que é interna, que reflete através do ato banal de vestir um modo de vida, mutável, inconstante. 

(devaneios banais injustificáveis)

Então, voltando ao N U D E, para justificar toda a minha viagem, é definitivamente uma cor lírica no conceito de ser tecido cor de pele, ou o tecido mais próximo do pensamento da moda atual. Vestir como forma de comunicar. Já que não podemos sair nus por aí, que façamos belas poesias com as palavras agregadas às coisas, como peças de roupas por exemplo. ( e nem precisa sair por aí com frases eco-friendly silkadas com os mais poluentes processos de estamparia, basta usar um nude no casamento e arrasar! Apenas reflita sem peso! )

Foto: Juergen Teller for Marc jacobs

Um comentário:

Priscila Knechtel disse...

Eu resisti por um bom tempo, mas agora me rendi aos encantos do Nude. Fica lindo e delicado né?

beijinhos
http://deliriosdeconsumosa.blogspot.com/